31 maio, 2009

Nascer


Márcia,
você escreve com uma concisão impressionante, gosto de tudo que você escreve, contida nas palavras e soberba nas ideias. Gosto de viver na solidão, preciso viver na solidão não para mudar a sorte, pelo contrário para acender a "luz interna, mesmo que no escuro", poetar todos os dias é nascer e morrer ao mesmo tempo. Nós sabemos disso não é mesmo?
Belo soneto como sempre, minha amiga,
abraços,
Mauro Lúcio de Paula



A poesia de Márcia é trabalhada com carinho, o que não lhe suprime o caráter de arrebatadora. Vibra, tem alma e faz a gente pensar...
Jorge Sader Filho



EXCELENTE! CAMONIANO! REFLEXÃO POÉTICA DE UM COMEÇO E DE UM DESTINO: NÃO SÓ DA VIDA, COMO DO AMOR. ABRAÇO, ROGEL SAMUEL.


B
oa noite, Márcia. Saber de um novo soneto seu é um chamamento para conhecermos uma maneira muito peculiar de ver algo que faz parte da vida, mas que se engrandece através do seu olhar. Nesse soneto há uma empatia muito grande da mãe para com o filho que nasce. Talvez a criança, da gestação ao nascimento, só tenha sensações da tepidez e do aconchego da vida intra-uterina e que talvez nem haja nisso uma consciência, por falta de outro referencial que diferencie dois estados de vivência. E a mãe que dá a vida dá a voz para que a criança fale de percepções que são da própria mãe. Ao ler o poema percebo, na forma, na maior parte dos versos a ambiguidade das pessoas, mãe e filho, não disjuntos, a ponto de ali estar escrito: "saimos para a luz que ofusca o sonho" na primeira pessoa do plural. Acredito que só a mulher que já deu à luz uma criança possa falar dessa indissociação que você revela. Algumas vezes fecho meus olhos demoradamente para constatar que pelo lado de dentro não há escuridão. Isso também está no seu soneto.
Quanto ao nascimento, quanto ao parto em si, vou me abster de falar do que penso das tarefas hercúleas, até por uma questão de covardia. rs.
Obrigado, Márcia, por permitir que eu conhecesse mais um belo soneto seu. bjs.
Marco Bastos.



Márcia,
Que lindo! Você domina a arte do soneto como poucos. E é rara também a sensibilidade e profundidade de suas palavras.
Parabéns, amiga.
Beijos, Esther Alcântara.


M
arcia, minha irmã das letras...tomar consciência de um novo canto é nutrir-se de esperança. Parabens pelo poetar. Você é uma das pessoas que eu também quero ser quando crescer. A nossa Leila também é uma das pessoas que eu amo bastante. Bjos de luz, Grauninha

28 maio, 2009

Trilogia



Querida Márcia, em três palavras mágicas você tocou seu poema com uma varinha de fada-poeta! Beijos.

Madalena Barranco


M
árcia, foram necessários três instantes para decifrarmos com muita exatidão e lirismo virtudes tão essenciais à nossa existência.Parabéns pela leveza e beleza do poema.Um grande beijo!

Dalton França



T
rês estados de espírito passam pela análise crítica de Márcia, que tem o dom de escrever sobre os mesmos com absoluta segurança.Parabéns. Como sempre, vc foi longe.

Jorge Sader Filho



O
que mais me atrai a atençao, Márcia, em sua poética é sempre a forma, que de costume nada deixa a desejar, como aqui, neste casamento de dois versos de dez sílabas adequadamente variados com um de quatro.Parabéns.

João Esteves


M
arcia, pura LUZ!

Enfim, pude ler as três melhores definições para SERENIDADE, INSANIDADE e CORPOREIDADE!Bravo, bravíssimo... poderia ser um verbete em dicionário.

Grande abraço!

Gilia GerlinG



M
árcia, o que é mais extraordinário no seu universo poético é a precisão das palavras em versos metricamente corretos. Mais do que isso é perceber quem está escrevendo conhece profundamente os sentimentos que inspiraram a autora. É preciso ter a serenidade para captar, é preciso ser insano para externar e é preciso da técnica para dar corpo ao que se quer dizer. Isso, Márcia, você faz com maestria e beleza, tá!

Um beijo de afeto e de admiração,

Mauro Lúcio de Paula



Embora meu preferido seja o terceto do meio (muito belo), parabéns pelo seu tríptico poético, o trio forma um conjunto bastante harmonioso. Bj,

Leila Míccolis


t
rês momentos, três emoções, serenidade, insanidade e corpo, você escreve cada vez mais, três vezes mais forte...

Rogel Samuel


1.
Serenidade para mim é uma palavra mágica. Quando estou nos limites, eu a repito algumas tantas vezes como espécie de calmante; 2. Insanidade, realmente ocorre quando se pretende entender a própria alma aprisionada que se enxerga de dentro para fora e de fora para dentro, batendo naquelas proposições exitencias... Agora, quando bate o amor, adeus serenidade e aguente a insanidade. Bonito poema.

Milton Martins

26 maio, 2009

Dor Silente


É sempre um prazer ler seus belos sonetos, a cada dia vejo um nascer diferente de sua alma poeta.
Meus cumprimentos a você Márcia, desejando sempre muito SUCESSO, sua amiga,Efigênia Coutinho

Um soneto com rimas lindas o que particularmente me agrada sabes disso. Estás Márcia a caminho da perfeição e com o nome muito próximo a nomes famosos na literatura brasileira.
Antonio Paulo

Enfim um dia de sol: a postagem de mais um de seus sonetos. Beijos, Leila

Márcia, li em Poetas del Mundo "Dor Silente", não poderia deixar de dizer que me encantou. Sua sensibilidade poética transparece nas palavras que fluem como magia para soltar as dores que vão em nossa alma, as deixa voar ao infinito para que todos a toquem e sintam e possam dizer o que não sabiam como. Parabéns!
E obrigada pela linda poesia.
Abraços
Lucy Nazaro

Olá Marcia...
visitando-te pela primeira vez, na verdade segunda vez, tenho teu blog adicionado aos favoritos.
Tua poesia é magnifica...vi que prefere os sonetos, particularmente também os prefiro, uma das formas mais linda de poesia.
Foi um prazer estar aqui.
Abraço.
daufen bach.

O amor é tudo que vivemos estranha e silenciosamente nas nossas vidas incomuns e ruidosas.
Nossos sonhos são pedaços da nossa alma que iluminam nossos pensamentos. Talvez seja nestes instantes que nasçam os nossos melhores sentimentos e brotem versos silentes e doces como frutos de cristais, gritos, vôos e liberdade.
Lindos os seus poemas.
Diniz Neto

Não esqueço de você, Márcia. Vim ler mais aqui e sem surpresa alguma encontrei suas formas corretas e ponderadas, sem surpresa alguma tive os agrados que uma boa leitura confere.
Sua dor silente me faz simpatizar com esta maneira sua de sofrer em grande estilo. Mas não há como haver surpresas, nem do leitor que sabe o que esperar e de fato encontra o esperado, nem de sua parte, ao ter notícia de minha incondicional apreciação.
Sem novidades, portanto. Que assim continue, que tá é bom assim.
João Esteves

Marcia, poetamiga: os sonetos não saíram da validade..rsrsrs, e os bons sonetos iguais a este seu têm lugar cativo na cabeça e no coração da gente.Bjos de luz, Grauninha


A poesia navega neste soneto como uma canoa desliza silente nas águas calmas do rio... Aplausos Poetisa...
Poesia é coisa da alma...minha alma está feliz em conhecê-la! abraços!
Terezinha Flores Canabarro

24 maio, 2009

Ética versus Estética


Inda que não fosse um esteta
não deixar-me-ia de comover
ante o propósito e o objeto
do delineado para contrato.
Adroaldo Bauer

Márcia,
belo soneto. parabéns: mostra a possibilidade da renovação da forma, pelo conteúdo.
abraços.
Pedro Dubois

Márcia,
Que soneto lindo e instigante. A imagem do abecedário apicultor foi de uma fineza genial.
O contrato que você propõe me parece mais que justo; a guarita tem ares de palácio.
Um beijo bem delineado, Poeta !!
Assis de Mello (Chico)

Que dizer eu Poetisa Márcia, senão sorver ensinamentos desses diálogos dos DEUSES. É ou não é um "CÉU DOS GRANDES MESTRES?"
Antonio Paulo

A sua técnica poética é maravilhosa, fazer sonetos é uma seara nobre que só uma poetisa como você tem a capacidade e a ousadia de empreitar. Parabéns!
Com muito respeito e e alta estima, Mauro Lúcio de Paula

21 maio, 2009

Ser mãe...

POESIA COMENTADA

Ser mãe...



© Márcia Sanchez Luz

Ser mãe é ser alguém que na alvorada
bendiz o brilho que anuncia o dia
trazendo a luz do sol em sintonia
com o burburinho de uma passarada.


Ser mãe é ser a doce madrugada
que põe um fim à mágoa doentia;
é ser também a força da magia
curando a febre que se faz calada.


Ser mãe é buscar sempre uma saída
para acalmar o coração inquieto
do filho que se fecha em seu afeto.


Ser mãe é estar atenta para a vida,
é ver além do amor que não deu certo,
fazendo de sua cria um ser liberto.

=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=
Decidi começar esta nova seção com a "prata da casa", Márcia Sanchez Luz: a prova cabal de que a Internet só é fria para quem não sabe fazer amizades ou desconfia de tudo e de todos. Pessoalmente nos conhecemos nas comemorações em SP dos 12 anos de Blocos, mas já há muito nos escrevíamos; atualmente, considero-a uma amiga querida, sempre pronta a ajudar, a incentivar, a partilhar alegrias e agonias. Este soneto, recém-enviado, me encanta porque alia técnica à emoção. É precioso: mesmo mantendo um formato clássico, o texto é atual e universal: quem tiver filhos adolescentes saberá perfeitamente do que ela está falando. E, mesmo quem não os tenha, sentirá na pele a aflição das mães ante o silêncio machucado de seus filhotes, querendo o melhor para aqueles que, um dia, ela esperançosamente deu à luz.


Leila Míccolis



Olá Leila e Márcia,

É uma das formas de poesia mais difíceis de construir, onde rimas internas e externas, métrica e sentido (como se fosse uma história contada) dançam em uníssono e fazem de tudo isso um lindo poema... Soneto é uma forma antiga de poetar que se mantém atual - eu admiro quem os faz com o conhecimento da causa - e toca a alma do leitor.
Beijos.
Madalena Barranco
P.S.: e as mães merecem todos os sonetos mais belos do mundo.


L
eila, a primeira referência pessoal que tive (ainda desconhecia seu blog) foi sua pessoal amizade com Márcia, essa admirável sonetista.
Concordo integralmente com suas palavras no presente post, assim também penso e sinto. Não há conta para o prazer que me dão todas as minhas amizades virtuais.
neo-orkuteiro


E
ste soneto da querida poeta e também amiga Márcia, reúne uma técnica impecáel com poesia e sensibilidade em cada verso. Parabéns pela escolha do Soneto e pela linda e merecida homenagem à Márcia. Beijos.
Chris Herrmann


L
eila e Marcia, poetamigas: não poderia deixar de passar por varias razões, a começar pela saudade. E tem também o prazer de estar aqui, pela riqueza do texto, pela amizade, pelo carinho. Parabens a grande sonetista Marcia e a Leila que gerou um espaço libertario para abrigar a nossa poesia. Bjos de luz, Grauninha


Querida amiga Marcia
Confesso que estou emocionada por entrar nessa casa literária, pois bateu uma saudade imensa do meu querido amigo Nel Meirelles.
Como ele adorava essa casa e a minha amiga Leila.
Mas o motivo é de alegria e sinto-me honrada por poder registrar o meu comentário sobre o seu poema maravilhoso sobre ser mãe.
Creio que essa expressão revela o que sinto: Ser mãe é estar atenta para a vida,
Será que precisa ser dito mais alguma coisa?
Creio que não.
Parabéns, amiga!
Eliane Gonçalves***


L
eila, a poesia construída pela Márcia jorra uma energia capaz de resgatar algo bem próximo do 'realismo fantástico materno'. Brilhantemente!
Um grande abraço!
Dalton França


E
ste convite de Márcia, é uma dupla aurora, pois aqui estou diante de duas grandes Mulheres escritoras, Leila e Márcia, que venho acompanhando sua trajetória literária, e aplaudindo de pé, obrigada por dividir estes momentos tão especiais de sua vida em vida Márcia, seu soneto , como sempre é soberbo, com admiração e respeito,
Efigênia Coutinho


M
adalena querida, você sempre com uma palavra energética de carinho. Obrigada. Há sonetos que falam de sentimentos eternos. Porém, o de Márcia, vai além: frisa o tema do silêncio e do ensimesmamento, principalmente dos jovens, diante de momentos em que eles se sentem muito feridos, precisando de recolhimento. O bonito é a visão do ângulo materno: da aflição da mãe por pouco poder fazer, a não ser proteger a recuperação silenciosa do filho machucado.
Bjs, Leila


E
liane, é lindo este verso, não é? Mas acho que o que ainda me cativa mais são os: "(...) para acalmar o coração inquieto/ do filho que se fecha em seu afeto". Acho que estes dois versos abrem a perspectiva e fazem com que, mesmo quem não tenha filho, sinta a inquietação de uma pessoa pelo coração inquieto de algum amigo, parente ou namorado, que se fecha, de repente, mudo, trancado em sua tristeza labiríntica.
Beijos, e ótimo sábado, Leila


O
POEMA É MUITO BOM, O COMENTÁRIO TAMBÉM... A ATITUDE E DISPONOBILIDADE DE LEILA DE NOS ABRIGAR A TODOS NA SUA UNIVERSAL AMIZADE POÉTICA... ESTAMOS NUM MOMENTO SUPREMO AO LER OS DOIS TEXTOS...
ROGEL SAMUEL


P
ai de adolescentes, sei bem o que a mãe deles e eu mesmo sentimos... o coração apertdinho, a coragem de dar-lhes coragem. Como diz Márcia, comovente.
Adroaldo Bauer


M
árcia,
você é dessas pessoas que tem um encantamento próprio, não porque não nos conhecemos pessoalmente, mas pelo o que escreve, a técnica que você domina para expressar o seu conteúdo. Parabéns por mais esse lindo soneto em homenagem às mães. Você é uma alvorada de luz na internet esse meio de comunicação tão frio e perigoso.
um abraço,
Mauro


M
uito lindo e comovente, a poesia e o comentário também. Envolvente até o fundo onde a alma arrepia por aqueles sentimentos difíceis de se falar sobre.
beijo
Tania Montandon


M
árcia não sabe disso mas é uma das responsáveis pela minha gradual reaproximação aos sonetos. Admiro muito sua poesia, Márcia - ela sempre nos mostra verdades que permaneciam antes meio nebulosas. Os adolescentes têm mesmo seus momentos de silêncio quando se encontram mergulhados nos caminhos que lhes são próprios. E é preciso ter essa sensibilidade de que aqui se fala para não "profanar os templos".
A forma e o conteúdo do soneto está perfeita.
À Leila os parabéns pela casa que se renova de uma forma sempre competente.
abraços.
Marco Bastos.

18 maio, 2009

Laços Lassos


Soneto lindo, deslisa na pele e nos neurônios. Técnica esmerada de ritmo e rima, simplezinho como um diamante e pungente como uma lágrima. Dá prazer, ler preciosidades dessas, universal, passível de ser traduzida em qualquer e todo idioma hoje, ontem, ou daqui a mil anos. Enterneceu este começo de madrugada, antes de mergulhar na aridez da composição do jornal. Salvou o dia, obrigado.
Caio Martins

Contundência transparente, densa como pedra, direta como flecha. Travessia num deserto sem deixar pegadas ao mergulhar em si (consciente dos pedaços).Bom dia, Márcia.
Marco Bastos

Márcia,o seu Soneto é um deleite e um presente para os leitores que apreciam a boa literatura. Ainda mais no Dia dos Namorados... Sua técnica é perfeita e seus versos são sonoros, musicados com a melodia do seu talento e o ritmo da poesia que escorre em suas veias. Parabéns, amiga.Chris Herrmann

Que linda amostra da alma mulher, a se deixar revelar na espontaneidade de descobrir-se até no ato do escrever/dizer, com a transparência do coração na beleza de um soneto!beijinho
Tania Montandon

Márcia, um soneto muito rico, como sabem ser os seus. Prazer que pela retina agrada o ouvido interno. E que expressivamente bem escolhida a fotografia! Não poderia ser diferente, gostei mesmo de tudo.Beijos
João Esteves Alves

Estruturalmente perfeito, com essência deliciosa, típica de Márcia, uma mestra que sobe a cada dia.Beijos,
Jorge Sader Filho

Que bela estrutura e que versos gritando vida! Márcia, continue nos brindando com peças assim ricas,deixe-as fluir e nós as degustaremos como a um bom vinho... lenta e repetidamente.Parabéns e um carinhoso beijo.
Pedro Da Ros

Oi Márcia, saudades.
Você depois do Livro No Verde dos Teus Olhos , se tornou mesmo uma sonetista e grande. Raros os poetas atuais que escrevem o soneto clássico de forma tão correta. O mestre BernardoTrancoso, Nathan, Diógenes, Loures, alguns que lembro, assim num repente. Outros mais eu conheço com certeza, mas não são muitos. É uma arte que não se pratica muito, sendo mais comum a poesia livre. Nada contra, mas, mesmo apreciando muito os poetas assim, tenho uma admiração maior pela poesia rimada e bem metrificada.
Seus sonetos são muito bons, usando a técnica sem perda de inspiração poética.
Beijos mil do amigo, Manoel Virgílio

Poema para Márcia Sanchez Luz
Rogel Samuel

são laços? são abraços
laços que se desfazem
laços amorosos, pêndulos
lassos de quem sonha
com essas formas desertas
com essas ancas que ondulam
com essas curvas de dunas nuas
curvas de partes suas
ciladas fáceis escorregam
nos passos da descoberta
da seda dos seus desejos
e minhas rimas de aço


Na produção literária há composições restritas, de simbologia particular e cuja "semantiké" é parca. Outras têm voo de longo alcance no tempo e espaço, pela ampla abrangência humana, não temática, exclusivamente. A primeira é pobre, por pessoal. A segunda, é rica, por universal. É nessa categoria que Márcia, acima de quem, e quando, e onde, presta sua homenagem à poética e à Poesia. Impecável na forma, no estilo e no conteúdo. Guilherme Jr.

16 maio, 2009

Meu voo



"E tu vais, desperto,
num caminho incerto,
conhecer a essência
de meu bem-querer."

MÁRCIA, A CADA DIA SUA POESIA É PAUTADA NUMA SIMBOLOGIA ÚNICA, ONDE VOCÊ DESCREVE COM PALAVRAS O SENTIR DE SUA ALMA, PARABÉNS, COM ADMIRAÇÃO,
EFIGÊNIA


Bom, muito bom o bem-quer da Márcia, capaz de inspirar um texto limpo, direto, conciso. É fácil gostar desta mocinha...
Beijos.
Jorge Cortás Sader Filho

Márcia, mais um dos tantos excelentes. o andamento e a finalização: perfeitos.
abraços,
Pedro Du Bois

ah!,
Decerto
é porque
nesse voo
me achego
tão perto
de você

Adroaldo Bauer

OLá Márcia,
sabe daqueles poemas
que vc acaba de ler
e quer reler? Esse
teu poema é assim...
daquelas coisas
gostosas que tilintam
nos ouvidos e inspiram...

Parabéns a ti! Belíssima poesia.
abraço terno.
daufen bach.

Querida Márcia,
São estes os tais voos que nos permitem alçar a poesia. A ideia de liberdade se agiganta a cada vez que experimentamos a reinvenção de nós mesmos.
Beijos e vida longa aos teus versos!

Fabrício Brandão



14 maio, 2009

Réquiem para um homem simples, brasileiro


Encontro um soneto, fato raro. Márcia é assim. Surpreende com seus textos firmes, coesos e decididos. Como este...
Beijos.
Jorge Sader Filho

Oi, minha amiga.
Perfeito como toda a sua poesia
Lindamente triste, ou tristemente lindo.
Que todas as dores, nossas e dos que nos cercam, pudéssemos assim, como você faz com sabedoria e brilho, espalhar num soneto, como pétalas ao vento.
Bitokitas da minha admiração.
Elza Fraga

Um Requiem belíssimo e emocionante.
Ler você é maravilhoso!
Abraço,
Gilia GerlinG

Márcia, a sua poesia é perfeita, rara e bela, enquanto você fala da perda mais no sentido geral, eu ainda me refaço de uma perda pessoal e familiar. Foi um refrigério para a minha alma ler o soneto.
Obrigado e um fraterno abraço,
Mauro Lúcio de Paula


A Márcia é assim! Uma poeta completa! Fala de amor, de amores, de vida, de flores, de morte... Em todos os temas a maestria de uma poetisa de escol. Emociono-me sempre que a leio e penitencio-me, querida Márcia, pela ausência recente.
Airo Zamoner

Márcia,
fuçando no blog do querido amigo Jorge Sader, surpreendi-me em encontrar, mais que a poetisa, a Poesia. Levada a sério.
Caio Martins

Ai, Márcia, que pena ter-se ido, assim findo ele não te pôde ler,
tão dedicada e intensa sendo.
Tanto era o que fazia, penso,
lendo, que fizeste assim tanto.
É sempre uma grande felicidade
poder ler teus versos.
Adroaldo Bauer


Márcia Um ótimo soneto. Além da inspiração que só uma poetisa do seu porte pode ter, uma concepção e técnica perfeitas. Parabéns.
Manoel Virgílio

12 maio, 2009

Amor Rarefeito


Márcia, aqui em Minas temos uma poetisa que se chama Adélia Prado, quando puder conhecer, leia-a; Você me faz lembrar dela num poema que diz: "Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina." Você cumpre essa sina magistralmente, principalmente quando escuta o coração.
Parabéns,
Mauro Lúcio de Paula


s
eus decassílabos tão modelares
me dão vontade de vir sempre aqui
não pense que me rarefiz nos ares
ou por seus versos o gosto perdi
João Esteves

10 maio, 2009

Outonal



Digo sempre que o trabalho de Márcia é coisa séria. Mas este foi talvez o mais bonito deles! Você está sempre se superando, Márcia...
Beijos.
Jorge Sader Filho


Aqui estou novamente para aplaudir a querida Poetisa Márcia, onde a cada dia ela vai deixando suas pegadas como uma grande escritora, meus cumprimentos, Efigênia Coutinho

Minha querida irmã das letras, Marcia Sanchez Luz: primeiramente, deixa eu dizer que adoro pronunciar e escrever o teu nome que é poético demais. Nessa demasia habita esta arte que você cultiva em sonetos tão perfeitos. Bjos de luz, Grauninha

Márcia, leio aqui mais um soneto caracterizado pelo seu zelo de compor, com grande agrado, como sempre. O ritmo atrai, arrasta, traga. Perfeito.
João Esteves

Márcia,
os seus sonetos são sempre bem escritos metricamente, isso, às vezes passa despercebido o sentido real daquilo que você está dizendo. As perguntas deste soneto são de uma pessoa que vai percebendo, aos poucos, que a vida, o vigor, os sonhos vão se esvaindo como as folhas de um outono (tempo). Pode ter certeza de uma coisa, parafraseando Guimarães Rosa os amores (sentimentos) não passam apenas se encantam.
bjs de um amigo e admirador,
Mauro Lúcio de Paula

Outonal, que li em e-mail, agora revejo-o on line, e parece que ainda ganhou mais movimento este seu belo enjambement ciclópico, como as folhas rodopiando ao vento.
Beijos,
Leila Míccolis

08 maio, 2009

Beijo Diferente



"Que seja um beijo mais do que faceiro,
travesso como um pássaro altaneiro
alçando voos pelo azul celeste."
Esta é Márcia Luz, que não é aventureira, é escritora e poeta de verdade. Alguém tem dúvidas?
Jorge Sader Filho

Márcia, querida parceira
admiro a fluidez de tuas palavras dentro da estrutura do soneto, gênero que, para alguns poetas contemporâneos, soa como algemas. No mundo verborrágico em que vivemos, a síntese expressa em teus sonetos, costuma ter a medida exata entre o entendimento e a estética poética.
Enfim, é um grande prazer e desafio cantar em música tuas palavras.
Grande beijo aqui do sul do Brasil.
Paz e sucesso sempre!
Cardo Peixoto

Querida Márcia
Não posso apenas comentar...
Tenho que agradecer pela poesia a nós ofertada.
Traços marcantes de uma paixão poética que permite perscrutar a nascente do verdadeiro amor. A torrente que inunda a alma e transborda em ósculo.
Verdadeira obra-prima.
Parabéns.
Artur Quintela

...desse belo beijo viva a humanidade inteira... sem afeto, carinho não se pode sobreviver...
viva a poesia de Marcia Sanchez Luz!
Rogel Samuel

Lindo soneto este, poetisa!
Também, não é novidade nenhuma: você é uma incrível sonetista. :-)
Cárlisson Galdino (Bardo)

Querida, você sabe o quanto gosto deste soneto, não é mesmo? Mas é sempre bom dizer isto de público. Bj carinhoso, Leila Míccolis

Realmente, aqui temos qualidade literária e o casamento feliz entre a técnica e o sentimento. Bravo!
Domingos.

Querida amiga, tu eres una continua sorpresa.
Estuve repasando tu Imaginario y ahora, que ya se puso el sol y la luz no me diistrae,
me siento feliz de haberte leido.
Congratulations.
Jesus Iglesias Rouco

AFFFFFFFF....
que soneto perfeito!
magnifico...texto e estrutura,
que coisa linda Marcia!!
só resta aplaudir...
PLAC, PLAC, PLAC, PLAC...
abraço a ti e parabéns.
daufen bach.

06 maio, 2009

Lua Negra


Quando a lua é negra
Rogel Samuel

Em "Lua Negra", Márcia Sanchez Luz nos dá um poema anti-lírico, ou melhor, um soneto que é o negativo do sentido clássico de lua. É a foice, o unicórnio, o buraco negro, inatingível, perigoso, que atrai, a solidão inacessível, o vazio, o elemento denso, mas extremo, o fascínio, mas aniquilamento, o venenoso remédio da cura, o nefasto da ferida, mas cuja dor nos fascina e ensina - sem esta lua o amor não existe, não atrai, não nasce. A lua negra é o lado escuro da alma, ou Lilith, o lado distante e obscuro da lua, perigoso, a lua bruxa, um buraco no Universo. Na realidade ela é a anti-lua, sua parte sombria, por isso mesmo dissabor, descompasso e amor.

Amo demais que até ferida brota
na cálida, escondida lua negra
dos meus delírios (dor que desintegra
calma desnuda em chuva de gaivota).

Os olhos choram mares, geram grotas,
fabricam densa nuvem que se integra
ao corpo equivocado pela entrega
sofrida num adeus desfeito em gotas.

Amo demais, eu sei, mas o que faço
se de outro jeito não conheço o amor?
A minha sina é nunca combater

o que me atrai e gera descompasso.
Se por um lado existe o dissabor,
tenho da vida a flor que vi nascer.

© Márcia Sanchez Luz


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Rogel Samuel,O soneto da Márcia por si só já é uma obra de arte, acompanhado pela tua crítica, ganhou a dimensão exata, perfeita...Parabéns a vocês dois. Grande Abraço. daufen bach.


Rogel, sua leitura transpõe os lados escuro, obscuros e profundos de uma alma atormentada, poeticamente desenhados pela autora. E você faz isso com intensa percepção do imenso lirismo que Márcia imprime em sua obra. Parabéns! Dalton França.


Boa noite, Márcia.Já me cansei de tanto amor cantado de outro jeito. De amor em luar desfeito, da poesia sem respeito ao profundo amor contraditório. O mundo nunca foi tão cor-de-rosa, a rosa nunca foi amor-perfeito. A vida respira o ar do tempo e o amor vai ganhando densidade. A lua me espreita e sabe em mim do claro-escuro. A semente que cai em solo duro gera e germina quando termina a primavera. A Lua vai brilhar eternamente - a face clara é a neblina do evidente, a face escura só ilumina quem procura...Obrigado mais uma vez por me mostrar o seu poema que inspira as palavras sábias do Rogel Samuel. Para mim é sempre satisfação ler aqui os dois poetas e lhes deixo os parabéns. abraços. Marco Bastos.




"Quando a lua é negra", introspecta:

Rogel Samuel expressa com maestria.

Lilith de noite-a-dia, desluna nua:

Para além da lunárida fantasia...

Obscura, des.compassa notí.vaga:

Bruxoleia,des.encanta caosmologia.

Gustavo Dourado


Muito lindo e profundo, fazendo do vazio inevítável a nós imposto fonte de tradução na língua poética do que há de produtivo disso que angustia. Tania Montandon.


MARCIA ALIA TALENTO A SENSIBILIDADE O QUE NA POESIA É ESSENCIAL. ALEM DO SER HUMANO ESPECIAL QUE É E SABE SER. SEUS POEMAS SÃO LUZ EM MEIO A TREVAS E POR ISSO SOU SEU ADMIRADOR. ROBERTO ROMANELLI MAIA

Grande esse teu modo especial de cantar o amor. Adroaldo Bauer ·

Parabéns, Marcia. Você sabe o quanto gosto deste soneto! Você é um serzinho iluminado e pleno de energia poética. Que bom ter uma amiga do seu quilate! Bitokitas iluminadinhas de poesia. Elza Fraga

A bela peça de Márcia Luz é produto de trabalho sério, longo e persistente. Não é uma aventura poética, mas um esforço literário que merece aplausos. Votado com muito prazer! "Lua Negra". Jorge Sader Filho

Márcia meu parabens por seu lindo soneto!Espero que continue a brilhar como a lua em noite de verão! Clarean-do as mentes dos que aprendem com você! Obrigada! Luiza Soares Benicio de Moraes

Querida,lido e votado. Aliás, faz tempo já que eu não lia um soneto. Foi um bom reencontro. Abs. doPARREIRA (Claudio Parreira)

"A minha sina é nunca combater o que me atrai e gera descompasso" Marcia...LUA NEGRA mexe comigo! Obrigada! Aplausos, Gilia GerlinG

Marcia, bom dia. Vim para ler teu soneto e me deparei com algo raríssimo em poesia: Lua Negra conseguiu provocar uma fila de comentários! Quase não sobra espaço para o meu. Parabéns. Mas "ter da vida a flor que viu nascer" é uma declaração poderosa. Não faltou luz nesta "lua negra". Máua

Digo de sua lua, negra como é, iluminada naturalmente, o que cabe dizer de poema bem concebido e bem realizado em todas as fases. Acho um requinte a mais essa alternância de timbre em vogais rimantes, mas tem a escansão perfeita, o ritmo bem sopesado e distribuído, as destiladas opções de palavras e um fino bom gosto, para o poema de forma fixa. Acho hoje raros estes predicados em produtores de poesia, pelo que vejo. Você fez, Márcia. Está feito, e bem. neoportaleiro

O seu poema é perfeito. Você respeita a métrica e a sílaba tônica no local de costume. Meus parabéns. Nos dias de hoje, é raro ver alguém escrevendo assim. Sucesso e um brande abraço, Haron Gamal

Parabéns pelo poema altaneiro, afirmativo, um verdadeiro espinho de mandacaru que ao invés de ferir apenas aguça a nossa sensibilidade para a vida, para a sublimação dos nossos sentimentos mais latentes, interiores, vivazes, humanos.... Na verdade nunca será possível a ninguém amar o suficiente.... Seu poema é um grito bom a ecoar no fundo de todos nós, humanóides, ocupados demais com o supéfluo. Viva o amor. Viva a poesia. Parabéns!!! José Cícero


Marcia

Lua Negra é minha medida certinha!

Beijo

Reinaldo Magrão


A
poetisa sabe como ninguém expressar seu sentimento com maestria e beleza sem se perder na forma e na estética literária. Não conheço outra com tanta técnica como ela. Parabéns!

Mauro Lúcio de Paula

A entrega da alma da poetisa nesse poema. Compara-se ao trabalho feito pelo ouríves com relação a uma jóia artesanal perfeito. Antonio Campos.

04 maio, 2009

Ainda o poema


Ainda o poema
Rogel Samuel

Devido ao interesse e pedido de uma leitora e amiga volto ao poema-enigma de Márcia Sanchez Luz, pois muito mais haveria que descobrir no seu mistério, e estas minhas crônicas diárias são por natureza muito curtas e eu sou um crítico de muito pouco alcance. Pois: o que significa que a ferida que nasce não seja no sujeito, mas na lua escondida, na fria e escondida lua negra e invisível? Na lua delirante rebenta uma ferida escondida, cuja dor a lua desintegra e pacifica e a transforma naquela belíssima “chuva de gaivotas”. Nesta primeira estrofe a dor é objetiva, apesar de dizer “amo demais”, é objetivada, toma existência no objeto lua fora do sujeito, mas se concebe no seu interior, portanto se faz quase épico do que lírico, é emoção objetivada. E é por isso que se sente logo de saída uma atmosfera camoniana. A segunda estrofe não, faz ver o sujeito que sofre. Sofre com a flor que viu nascer – do amor -, mas sofrer aqui com o sentido de admitir, permitir, tolerar, consentir, experimentar, não apenas padecer. Mesmo que “grota” significa depressão sombria e úmida, o sujeito nela não se esconde, mas se abre e não combate, não se fecha ao que atrai, ama e gera descompasso. Lua negra é lua uterina que, fecundada, explode numa chuva de gaivotas.

Amo demais que até ferida brota
na cálida, escondida lua negra
dos meus delírios (dor que desintegra
calma desnuda em chuva de gaivota).

Os olhos choram mares, geram grotas,
fabricam densa nuvem que se integra
ao corpo equivocado pela entrega
sofrida num adeus desfeito em gotas.

Amo demais, eu sei, mas o que faço
se de outro jeito não conheço o amor?
A minha sina é nunca combater

o que me atrai e gera descompasso.
Se por um lado existe o dissabor,
tenho da vida a flor que vi nascer.





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Gosto demais da poesia em forma de soneto. Difícil de se fazer, tem regras rígidas que prendem o fazer poético em versos contados e métrica impecável. Não permite um deslize. E nisso a Márcia é perfeita! E se na 'forma' do soneto ela é craque, no conteúdo deste ela foi brilhante.

Roger teceu em dois posts comentários concernentes, precisos.
Eu acrescentaria, na singeleza desta imagem:(dor que desintegracalma desnuda em chuva de gaivota)a dubiedade da 'calma desnuda' em colisão com a 'chuva de gaivotas'. O paradoxo e a ambivalência do poeta está explodindo de fertilidade num contraponto da calma com o céu se desmanchando em chuva, não uma qualquer, mas sim de gaivota.
É um soneto para se pensar no escuro da dor, enquanto a poetisa chora seu mar. Água do céu, água dos olhos... Lindo e forte.
Parabéns ao Roger pela leitura 'comentarizada', e parabéns a Marcia pela beleza de soneto.

Elza Fraga




Só mesmo a Márcia, poeta de verdade, a quem admiro de longa data, para propiciar uma análise do Samuel de encher os olhos! Parabéns ao Samuel pelo debruçar-se sobre a Lua Negra e dar o merecido destaque a você Márcia a quem acompanho com sofreguidão e afeto imensurável.

Airo Zamoner



Parabéns ao leitor que comenta e à poetisa que merece ser comentada! De leituras se faz uma obra, no leitor, nos leitores. Este poema tem parte confessional na personagem que em si confecciona: «amo demais»… e a si se consola escrevendo «tenho da vida a flor que vi nascer». O que acontece, o que aconteceu? Disso se tece e tecem todas as leituras, parabéns a quem leu e a quem escreveu. Abraços.

Francisco Coimbra



Amiga, criar uma flor lunar já é raríssimo; ter, além disso, um comentário do grande escritor Rogel Samuel sobre ela é o máximo do desabrochar e da plenitude. Parabéns. Mil beijos, Leila



Bom dia, querida poeta. Um prazer compartilhar com você de vários espaços e ainda ter o privilégio de receber os seus convites.


É sempre um prazer e um grande satisfação para o poeta ter um poema (e/ou seu corpo poético) avaliado por alguém tanto competente para tal. É um reconhecimento justo do seu valor.
Espero que tudo isto sirva ainda mais para inspirar grandes poemas.
A profundidade da poesia é qualquer coisa de apaixonante. Um vôo d'alma.
Não digo parabéns, digo obrigado por existir!
Um grande abraço e obrigado por nos oferecer suas obras.

Hideraldo Montenegro


02 maio, 2009

Infinda Solidão


Oiii Márcia Tenha andado meio afastado, mas vim hoje aqui conferir o seu trabalho e ver , com satisfação, que você segue sendo a poetisa de talento que eu admiro tanto. Parabéns pelo seu soneto "Infinda Solidão", realmente magnífico. Meu abraço, Manoel Virgílio

Olá Márcia , mais uma obra perfeita. Mostrando paixão e dúvidas e por fim uma retirada para reflexão.Um soneto que abre o ano com nota dez. Antonio Paulo


Infinda a solidão só será
se assim muito quiseres,
amiga das horas todas,
hás-de saber-te querida

Adroaldo Bauer


Márcia, é sempre um prazer saborear o que escreves.Certa, direta, vai no alvo. Gosto muito dos teus textos, e gosto mais quando recebo para comentar, o que muito me honra. Beijos, Jorge

ESTE É UM SONETO QUE JÁ NASCE CLASSICO, NO EQUILIBRIO DA FORMA COM A EMOÇÃO. VC ESTÁ ALCANÇANDO A SUA PERFEIÇAO. FELICIDADES NO ANO NOVO, ROGEL SAMUEL


Márcia, que satisfação rever seus requintes formais (dos quais já sentia saudades) todos confirmados mais esta vez, onde poeticamente você opta pela solidão. Com "o amor que sinto da carne dista" você revela um eu lírico capaz de amar de uma forma bem interessante. Parece implausível, mas estou convencido de que esse tipo de amor existe mesmo, fora do universo poético. Nunca tê-lo experimentado eu mesmo, isso é outríssima coisa. João Esteves


Márcia, você quando escreve é como um arco que quanto mais tenso e rígido lança a flecha no mais longe dos longes e acerta o alvo que é a emoção, a sensibilidade e o coração dos leitores. Parabéns por tocar num sentimento tão áspero para nós seres comuns, mas uma poetisa como você consegue falar com tamanha suavidade. Parabéns. Seu admirador e assíduo leitor, Mauro Lúcio de Paula


Esse sentimento que transtorna a mente, levando a conceber somente "o que não tem razão", ficou mais sentido neste belíssimo soneto.Tão triste, mas tão perfeito! beijos Saramar


Márcia, sua destreza com as palavras e ideias são perfeitas. abraços, Pedro Dubois

Minha querida amiga Márcia. Depois de mais de dois meses afastado na net aqui estou eu novamente percorrendo a sua casa e usufruindo desse seu espaço maravilhoso. Parabéns pelo lindo trabalho literário que você oferece ao mundo virtual - Um abraço do seu amigo Sardenberg


O castelo em forma de nave
Rogel Samuel

Márcia Sanchez Luz escreveu um soneto, para mim já clássico, das mazelas do amar, que diz muito precisamente o que sente e o que pergunta todo ser que (ainda) ama.

Como as mulheres entendem mais de amor do que os homens!

O poema está no seu "Imaginário", um blog que é um primor de poesia em:
http://poemasdemarciasanchezluz.blogspot.com/

O poema começa com perguntas para as feridas de um labirinto em que a autora e todos nós amantes nos perdemos: quando o amor é sensação no peito, anseio, instinto, sonho sem preconceito, conflito.
Amar é alguma doença?
Ou é cura? A cura.

Confesso que em matéria de amor só conheci o lado amargo. Talvez pelo meu pendor de só apaixonar-me pela pessoa errada, mesmo quando era jovem. E não se trata de minha idade, apenas. Sempre foi assim.
Bloch, no Princípio esperança, tem um estranho e instigante capítulo que se chama: O que resta a desejar na velhice. Diz ele que é muito instrutivo quando pela primeira vez alguém se levanta para nos ceder o lugar. E é mesmo nesse tempo que percebemos como a vida é curta.
Por isso, quando saudamos ou festejamos um velho, este percebe instintivamente que é como uma despedida, ou seja, que tem a morte como desenlace. O que não morre é o amor. Acompanha-nos até o fim dos dias.

O soneto de Márcia Sanchez Luz diz:

Por quem me tomas quando o amor que sinto
da carne dista, é sensação do peito?
O anseio que me assola é puro instinto
guardado no sonhar sem preconceito.

Por quem me tomas neste labirinto
de dor e medo e cheio de defeito?
O meu sentir não pode ser extinto
por conta de um conflito sem efeito.

Por ora busco alguma direção
para aquietar-me a mente tão doída
que só concebe o que não tem razão.

Se eu não achar porém explicação
passível de curar esta ferida,
me entregarei somente à solidão.


O Padre Vieira tratou do amor no seu famoso Sermão do Mandato, de 1643. Mas que saberá um padre do amor? Melhor talvez a fenomenologia do amor feita por Sartre... Mas isto já outra estória. Pois quem entende de amor são os poetas. Como a não-explicação de Márcia Sanchez Luz. Afinal, como escreveu Ernst Bloch, em "O princípio esperança", "o amor não deixa ninguém entrar sozinho no castelo dos sonhos ou ir sozinho para o alto-mar".
O amor é a taça cintilante da aventura, a vontade de viajar, o Argo, "que é uma espécie de arca para os desejos mais importantes" de nossa juventude: "o desejo de ter um triunfo".
"A vontade despedaça a casa... e constrói o seu castelo no alto da montanha, em meio às nuvens". O seu castelo em forma de nave.

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Márcia, Márcia, querida Márcia,


Quando percebo - de novo - que algumas raras pessoas são capazes de criar com tal profundidade, com tamanha força e com um alcance tão grande, fico sem fôlego. Um pouco dessa falta de ar é pela angústia de não ter sido eu a dizer aquelas palavras - mas delas me aproprio indevidamente, como se fossem minhas, porque se tornam minhas quando delas me aproprio, antropofagicamente.


Outro tanto dessa dispnéia surge como um susto: é mais do que óbvio que essa é a maneira certa de dizer, mas eu não havia percebido "e súbito isto me bate de encontro ao devaneando" (F.Pessoa) e fico pasmo e assustado frente à clareza total das palavras que tenho à minha frente.


Mas a falta de ar se preenche, como nos peitos ocos de Dali, de um céu azul com nuvens, e o que era desconhecido e estranho se torna subitamente parte de mim, passa a ser meu horizonte interior.

Lembro-me de poucos textos que me causaram esse fôlego curto.

Muitos de seus poemas fazem esse efeito, causam essa perplexidade, esse espanto.

E Samuel sentiu e comentou como eu nunca conseguiria esse efeito extraordinário da obra bem criada, bem acabada. E a maturidade do alcance pessoal e coletivo de seu trabalho.

Concordo, assino também, ratificando, e me sinto feliz por você existir e por poder te apreciar assim.

Muitos e muitos poemas novos da Márcia Sanchez Cheia de Luz, sonetos ou não, ainda produzirão esse efeito em muitos de nós.

Sinta um abraço apertado, com os meus olhos mareados por você, com um sorriso de alegria extrema, minha linda Márcia.

Jailson



Olá, Márcia.


Para mim, aqui são duas também as satisfações: - saber do seu soneto tão sabido, ouvir Rogel falar do que foi dito. Tirar das letras o som do seu embalo, que no soneto mais que o escrito, tem a nau...nas asas de um castelo. Soneto belo que a idade no amarelo, não tira as cores dos elos tão vividos. O amor é isso que ocupa todo o espaço, e se hoje passo, deixo laços tão cingidos. Na nave, a neve que tingiu nossos cabelos, tem nos polos a solidão dos paralelos. Quando o Sol já não é mais meridiano e alça aos céus como um corcel de muitos anos, o poeta sonha e dá ao mundo na tinta dos seus sonhos, as cores com que pinta...a aurora boreal. Parabéns e beijos. Marco Bastos.